"Modelo das primárias"
Para as eleições de 2020, este modelo diz que o presidente Donald Trump tem 91% de probabilidades de vencer as presidenciais, enquanto Biden tem apenas 9% de probabilidades. Assim, Trump obteria 362 votos no Colégio eleitoral (obteve 304 votos nas eleições 2016) e Joe Biden teria 176. Este modelo não é condicionado pelas sondagens, nem quaisquer outras variáveis, ou seja, a crise provocada pela Covid-19, os protestos nas ruas e a tentativa de impeachment ao presidente não mudam a previsão do modelo.
Em 2016, quando todas as sondagens previam uma vitória segura para Hillary Clinton, o Primary Model era um dos poucos a prever que Trump seria o próximo presidente. Nesse ano, o modelo atribuía a Trump uma probabilidade de vitória de 87%.
Assim, foram previstos corretamente os resultados de 25 das últimas 27 eleições (~96%), desde 1912, ano em que as primárias foram introduzidas no sistemas eleitoral americano. Falhou a previsão das eleições de 1960, uma das mais renhidas de sempre, e em 2000, em que uma contagem de votos extraordinária, deu a Bush o estado da Florida, por uma margem de poucas centenas de votos. Ambas foram marcadas por alegações de fraude na contagem dos votos.
Vencer as eleições primárias foi uma vantagem para Trump, que obteve 94% dos votos, enquanto o seu adversário republicano, Bill Weld, obteve apenas 2,3%. Já a disputa no lado democrata, causou divisões dentro do partido. Joe Biden obteve 51,7% dos votos, enquanto Bernie Sanders, o segundo mais votado teve 26,2%. Biden teve a maior parte dos votos, mas Trump teve um apoio quase total dentro do eleitorado republicano.
Os candidatos com melhores resultados nas primárias tendem a vencer as presidenciais |
Além disso, Donald Trump tem a História do seu lado. O partido que está na casa branca durante um mandato tem uma tendência histórica para ser reeleito (como se pode observar pelo gráfico abaixo). As sondagens pouco importam neste modelo. Em 2016, todas elas mostravam que Hillary Clinton tinha uma grande vantagem percentual em relação a Trump, mas, no final, o candidato republicano ganhou a maioria dos votos no Colégio Eleitoral.
Este não foi o único caso em que o candidato que ganhou o voto popular, não venceu as eleições. Aconteceu nas eleições de 1948, 1960, 1980, 1988, 1992 e 2004, entre outros.
"W" representa a vitória de um partido que que esteve na Casa Branca. |
Helmut Norpoth
"Quando olhei para New Hampshire e vi que Donald Trump obteve 85% dos votos, e o concorrente mais próximo foi Bill Weld com 10%, estava bastante seguro do que o modelo iria prever", disse ele. "Se Trump tivesse conseguido apenas 55% e um adversário tivesse conseguido 40%, talvez eu não tivesse previsto que Donald Trump teria uma hipótese de ganhar. Talvez. Dependeria também do outro lado".
Helmut Norpoth |
Quanto aos democratas, Norpoth disse que o número de candidatos e a incapacidade de qualquer um deles de começar rapidamente pode ter condenado o partido desde o início:
"As pessoas esqueceram-se como Joe Biden se saiu em New Hampshire. Ele foi terrível. Ele obteve 8,4% dos votos, o que é inacreditável para um candidato com quaisquer aspirações de ser presidente".
Embora alguns possam suspeitar que as circunstâncias invulgares - por exemplo, a pandemia COVID-19 e as manifestações na sequência do assassinato de George Floyd - possam ter um efeito imprevisível nos resultados eleitorais, Norpoth disse que essas crises não têm qualquer influência na sua previsão:
"A minha previsão é aquilo a que eu chamo 'final incondicional'. Não muda. É um modelo matemático baseado em coisas que aconteceram. As eleições presidenciais de 2016 aconteceram, os resultados das primárias estão aí. Posso acrescentar os resultados de mais primárias (noutros estados), mas mesmo esses números já aconteceram e também não podem mudar".
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